quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Carta de Stuart para sua Mãe

"Mãe, você me pergunta se eu acredito em Deus? Eu te pergunto que Deus? Tem sido minha missão te mostrar Deus no Homem, pois, somente no homem ele pode existir. Não há homem pobre ou insignificante que pareça ser, que não tenha uma missão. Todo homem por si só influencia a natureza do seu futuro. Através de nossas vidas nós criamos ações que resultam na multiplicação de reações. Esse poder que todos nós possuímos, esse poder me mudar o curso da história, é o poder de Deus. Confrontado com essa responsabilidade divina, eu me curvo diante do Deus dentro de mim." Stuart Edgard Angel Jones

Encontrei este maravilhoso texto sem querer. E sem querer vim a saber a história de Zuzu Angel, a mãe de Stuart. Fiquei muito impressionado. É uma história de uma mulher forte e de muita coragem, que em nome do amor pelo filho enfrentou a ditadura brasileira. (http://www.bolsademulher.com/estilo/materia/zuzu_o_anjo/1631/1)

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

de onde vem a força?

Há momentos que tudo se move ao mesmo tempo
tudo cai, tudo derrama, tudo muda de lugar
e não estamos atentos, quanto mais preparados
para o movimento da crosta terrestre.
Não há como salvar o mundo
nem com a minha ajuda,
nem com a sua.
Os pratos quebram, o leite derrama
as paredes somem
o coração espreme-se em lágrimas.
E nós ficamos ali, inertes, por pura incapacidade,
a carregar a dor a tiracolo.
Fechamos os olhos na espera que o monstro desapareça
mas não resulta
Adormecemos na esperança de um novo dia
mas o dia amanhece no mesmo indesejado gris
Tentamos até jogar tudo para o alto,
mas a gravidade e sua força nunca nos salvam nestes casos.
Repito, nunca.
Mas eu estou firme mesmo sem paredes
E embora afogado, ainda respiro. E muito.

Pois sobrevivemos apesar de correnteza contrária
apesar da força excessiva que fizemos para remar,
sobrevivemos sempre.
E há uma força estranha em somente sobreviver
por mais desfigurados que tenhamos ficado.
Queiramos ou não, o sol aparecerá em brilho novo
e voltaremos a enxergar com mais verdade.
Mas não nos enganemos com o mundo de amanhã.
Mesmo em tudo que nos é inédito há a memória daquilo que outrora amamos
E é daí que vem a força
Sem qualquer motivo aparente
há uma força que sempre vem.
Uma força em você que faz tudo mudar
que sempre tentará colocar tudo de volta no lugar, mesmo sem encaixar.

Mesmo quando não houver mais paredes, nem chão ou céu
Incompreensivelmente é a tristeza que nos fará felizes
Pois ela será o testemunho da felicidade que vivemos juntos.

(para "you know who you are")

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Porque te vas :)

Quem acompanha o canal Foxlife, já viu o spot da 4ª temporada de Grey's Anatomy, e certamente ficou curioso sobre a música que lá toca. Pelo menos eu fiquei! E a música é muito pitufa! Aqui está então:




Aqui vai a letra:

Porque te vas (Jeanette)

Hoy en mi ventana brilla el sol
y el corazon
se pone triste contemplando la ciudad
porque te vas.

Como cada noche desperte
pensando en ti
y en mi reloj todas las horas vi pasar
porque te vas.

Todas las promesas de mi amor se iran contigo.
me olvidaras
me olvidaras.
Junto a la estacion hoy Ilorare igual que un nino
porque te vas (x4)

Bajo la penumbra de un farol
se dormiran
todas las cosas que quedaron por decir
se dormiran.

Junto a las manillas de un reloj
esperaran
todas las horas que quedaron por vivir
esperaran

E o spot propriamente dito:

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Amores Possíveis

Num destes dias, ao conversar com uma amiga sobre os amores que tivemos, deixei sair o seguinte comentário: "Como é bom ter um modelo de amor ideal, não é?". Explico-me. Tanto eu quanto ela já tivemos alguém que foi o chinelo perfeito para o nosso pé torto, ou em outras palavras, tivemos alguém que nos completava. Ela me dizia que esse seu alguém acabava por ser o modelo, a forma, para todos os homens que ela viria a conhecer depois.

Embora eu tenha sentido uma ponta de alegria por nós dois termos tido a sorte de termos encontrado a nossa alma gêmea, mesmo que temporariamente, e por isso o meu ingênuo comentário, não deixa de ser verdade o que ela veio a me dizer logo a seguir. "É bom, mas também é horrível porque sempre iremos comparar os nossos futuros candidatos com o tal, e nunca nenhum será como ele". Verdade verdadeira! Perante isso só pude concordar e calar-me. Ela estava certíssima.

Um amor, mesmo o mais belo e ideal, não vem com uma promessa de longevidade. Ele irá ser o amor perfeito enquanto durar, e mais nada. Claro que essa fulgacidade não invalida a sua perfeição. Foi lindo, divinho e maravilhoso enquanto durou. Doeu depois, é claro. Sofremos, óbviamente. Mas este amor deixou encrustrada uma estrelinha dourada em nosso coração, um tipo de recompensa pelo amor que vivemos. E essa estrelinha ninguém nos tira, nem cirurgicamente.

Mas um amor que passou nada mais é do que um amor que passou. E nenhum amor será igual. Nenhuma pessoa será a repetição daquela, e muito menos encaixará na forma que criamos. Ou nos habituamos com essa verdade, ou passaremos a vida sozinhos a procura de alguém que caiba nos nossos sonhos, correndo o risco de não estarmos atentos às mudanças do nosso próprio coração e das nossas próprias expectativas.

Ou aceitamos que a vida é feita de vários amores possíveis, e há sempre lugar para novas formas de amar no nosso coração, ou corremos o risco da ignorância afetiva. Um amor possível às vezes nem encaixa à primeira, mas não esqueçamos que o nosso coração não tem osso, é só músculo. E como músculo que é, pode ser levemente moldável.

Por isso o bom mesmo é deixarmos os amores passados num baú, para quando precisarmos, irmos lá ver fotos, sentir cheiros, amar sensações, estarmos gratos... E mais nada. De resto, é darmos adeus ao que passou e estarmos abertos para o que nos passa pela frente, o que nos acena, pois caso contrário correremos o risco de não deixarmos ninguém
com potencial para caber nos nossos sonhos entrar no nosso mundo, e por cegueira, nada mais.

Sejamos disponíveis. Sejamos libertos. Sejamos capazes de amar agora e sempre. Aprendamos a dizer adeus para poder dize Olá.

sábado, 13 de setembro de 2008

Sei lá, um bom comercial

Aqui está o comercial da cerveja SuperBock. Linda música (The Story - Brandi Carlile), imagens que vão bem com a música, boa montagem, poesia nas imagens... O comercial fez a música tornar-se um sucesso nas rádios, e eu ficava pensando "Tenho que conseguir esta música". Mal eu sabia que já tinha esta música em cd desde Dezembro passado, no disco da terceira temporada de Grey's Anatomy.



E para provar como, às vezes, menos é mais, aqui vai a versão "director's cut", a versão completa do diretor. Perde muito da outra versão. Diria que é até é bem chata, pois, estranhamente, perde a poesia da versão resumida.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Terça Insana


Completa falta de assunto. Na verdade nem me apetece ter o que dizer. Tudo que eu começo a pensar se perde, e mesmo que eu fique quietinho, acredite no meu instinto, e junte um pensamento com o seguinte, na esperança que haja ali alguma idéia completa perdida, há uma barreira qualquer que impede o que eu penso de fazer sentido. Vês? Insanidade Total.

Então fui em busca de inspiração, e nada melhor do que bisbilhotar o blog da Martha Medeiros. Ele já tem link no meu blog, ali ao lado, é só espreitar. E é óptimo saber a opinião de uma pessoa que admiramos sem sequer conhecê-la. Há alguns anos atrás ela ainda trocou uns e-mails comigo. Não deu em nada, mas também não era para dar. Por um lado é bom saber que ela, ao escrever para todos, também escreve para mim.

Ok, há quem ache que ela não seja isso tudo, mas quem disse que ela precisa ser isso tudo? Ela me faz sorrir, e isso basta. Ela sabe dizer direitinho o que gostaríamos que alguém, qualquer um, dissesse. E não é fácil ser tão clara assim.

Agora, neste post, estou a imitá-la. Primeiro, porque encontrei um post dela em que ela não tinha o que dizer (bingo!), e segundo, porque ela citou um trecho de uma carta da Clarice Lispector que replico aqui. Ok, é cópia. Mas plágio não é. Mesmo porque uma vez eu já enviei um trecho deste trecho para amigos meus. E muito antes do post dela. Assim, transcrevo o que a Martha transcreveu, do livro "Correspondências". E viva ao facto de nós dois termos a Clarice em comum!

"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro"

"É somente até certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perde o respeito de si mesma e o respeito de suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo."

"Respeite a você mais do que aos outros, respeite suas exigências, respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que seja ruim em você - pelo amor de Deus, não queira fazer de você uma pessoa perfeita".

"Pegue para você o que lhe pertence, e o que lhe pertence é tudo aquilo que sua vida exige."

6 de janeiro de 1948

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Liberdade de se Mascarar


Tenho uma confissão a fazer. Eu adoro aqueles filmezinhos que são feitos para que, ao assistí-los, a gente não queime nenhum neurônio. Nem precisamos pensar qual a razão de cada fala ou de cada imagem. Nestes filmes as coisas são como são e pronto.

Estes dias eu vi um filme destes, com a Drew Barrimore, chamado "NEVER BEEN KISSED". O filme na verdade é bem idiotinha, mas como disse, estes tipos de filmes tem algo que me atraem. A história é sobre uma repórter alienada, mas extremamente romântica, que se vê obrigada a voltar para a escola, fingindo ser adolescente novamente. Claro que os traumas que ela teve na escola voltam todos. Ela volta a ser da turma dos nerds e tão trapalhona quanto antes. Mas depois ela consegue transpor a barreira e ser aceite pelos populares da escola e tornar-se, ela mesma, popular.

Mas houve uma cena do filme que quebrou a regra. Ou seja, fez-me pensar. Em certo ponto do filme o professor de literatura menciona sheakspeare:
"All the world´s a stage, and all the men and women,
merely players."


Does anyone know what Shakespeare meant by that? Anyone?

It´s about disguise. About playing a part. And that´s
the theme of "As You Like It."


Now, does anyone know where we can see this?

Well, Rosalind disguises herself as a man,...and then
she escapes into the forest.


Right. And it´s when she´s in costume...
that she can finally express her love for Orlando.

See, the point Shakespeare is trying to make is that
when we´re in disguise, we feel freer.

We do things we wouldn´t do in ordinary life.

Resumindo, Shakespeare diz que o mundo é um palco, e que todos os homens e mulheres são meramente actores. Ele tenta dizer que quando estamos a nos disfarçar, quando fingimos ser outra pessoa, sentimo-nos mais livres. Fazemos coisas que não faríamos normalmente.

E eu assino embaixo. Isso acontece quando estamos com grupos de amigos diferentes, no trabalho, quando viajamos, até quando estamos num relacionamento. Vivemos diversas vidas numa mesma. Algumas únicas, outras repetidas, mas totalmente distintas. E, mesmo assim, somos nós mesmos, só que de maneiras diversas.

Somos muitos nós mesmos!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Tears for Affairs

Foi na rádio que descobri a banda escocesa "Camera Obscura". Às vezes, alguns achados, são pérolas!



Tears for Affairs

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Se a Shirley MacLaine soubesse!




Quando estava a escrever o post anterior, acidentalmente deparei-me com uma página que nos diz quem fomos na vida anterior. Hummm, como eu acredito em quase tudo, lá fui eu ver quem eu tinha sido então. Primeiramente não funcionou no Firefox, então fui ver se funcionava no IE. Depois o ano não pode ser de 4 dígitos, mas sim de 2. E finalmente descobri quem eu tinha sido: CHEFE DOS LIXEIROS NA POLÔNIA MODERNA, EM 875. Uau!....Uau!


http://www.geocities.com/Hollywood/Club/3403/vidapassada.htm


Diagnóstico:
Nossos cálculos cabalísticos indicam que você foi homem em sua última encarnação.
Você nasceu em algum lugar próximo do moderno território do(a) Polônia aproximadamente em 875.
Sua profissão era treinador, criador de animais, pássaros, insetos.
Um breve perfil psicológico da sua última encarnação:
Foi Pessoa com muita energia, hábil no planejamento e supervisão. Caso tenha sido apenas um gari, foi o chefe dos lixeiros.
A lição que você trouxe da última encarnação:
Sua lição -- aprender a ser humilde e ter fé nos princípios espirituais. Deveria crer na Razão Superior
Agora você se lembra?


Minha resposta a esta pergunta: claro que lembro! Não é a toa que fico a espera e quero dar palpite toda a vez que caminhão do lixo passa na minha rua!

PS: gravura obtida do blog mauriciosbr

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mulher Jovem Sentada de Frente


Todos com mais de .... anos já devem ter ouvido falar de um filme, muito, muito estranho, chamado "Encaixotando Helena" (Boxing Helena). Nunca vi o filme, mas sei sobre o que fala. É sobre a paixão de um homem por uma mulher que, para mantê-la presa a ele, amputa-lhe os braços, as pernas e a encaixota viva para adorá-la. Um horror! Mas como disse, nunca o vi.

Hoje, quando estava a voltar do trabalho a pé e a passar pelo Jardim da Amália, descubro que a exposição de esculturas do Baltazar Lobo infelizmente chegou ao fim. Foram 4 meses, sendo um de bónus, que eu tive a oportunidade de passar pelas mais de 20 esculturas dele.

Pois bem. Quando piso o jardim, ao invés de ver as esculturas que estavam sempre lá a minha espera, encontrei caixas. Muitas caixas. E dentro delas as esculturas. Minha alma entristeceu. Até posso dizer que entristeceu muito. Foi momentâneo, mas ao ver as esculturas enclausuradas em caixas de madeira, sem poderem ver-nos, e nós sem podermos vê-las, senti um choque. Despropositadamente pensei sobre a efemeridade da vida, e enquanto não abandonei o jardim, era só nisso que eu pensava.

Iriam as esculturas para o mesmo lugar que iremos quando morrermos? Ou iriam elas para uma outra exposição para serem vistas por outros olhos, em outra época, em outro lugar do planeta, e assim acontece com a gente depois que aqui já não estamos mais? As comparações eram infinitas, e só pararam quando continuei meu caminho. Algumas esculturas ainda não tinham tido o fatídico destino das outras, mas era por pouco tempo. E destas fiz questão de me despedir.

Depois segui o meu caminho e continuei a viver.