segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Pelos Ares

http://www.youtube.com/watch?v=ZELQWIsp7RI

Nem acredito que encontrei este vídeo! Uma das melhores músicas do album Cantada. Música para quem terminou um relacionamento sem nunca o terminar.

Pelos Ares

Adriana Calcanhotto

Composição: Adriana Calcanhotto & Antonio Cicero

Não lhe peço nada
mas se acaso você perguntar
por você não há o que eu não faça

Guardo inteira em mim
a casa que mandei
um dia
pelos ares
e a reconstruo em todos os detalhes
intactos e implacáveis

Eis aqui
bicicleta, planta, céu,
estante cama e eu
logo estará
tudo no seu lugar

Eis aqui
chocolate, gato, chão,
espelho, luz, calção
no seu lugar
pra ver você chegar

Wall - E


Sábado eu, a Isabel e o João fomos ver Wall-e. Aconselho vivamente, até mais para os adultos que para os pequenos. O curioso do filme é que os robôs são humanizados, enquanto os humanos tornaram-se automatizados, robotizados. Além da mensagem ecológica do filme, é também um alerta de como a televisão pode fazer com que percamos o dom de observar o que de bonito o universo tem a nos dar.

PS: Tenho de assistir menos TV!

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Urucubaco




E agora, tentando terminar com essa sequência de posts baixo astral, peço desculpa às minhas 3 ilustres leitoras (Se houver mais, queiram me desculpar, mas há 3 ilustres leitoras sim!) pelos posts desta semana, mas é assim que me sinto. Fazer o quê?

Na verdade nada é tão cinza assim. Há nuances de Magenta e Fuschia no fim do túnel. E pedras preciosas nas paredes...

Voltando à terra, na terça-feira descobri que a loja Viva estava 50% de desconto em tudo. Repito, tudo! Só as vendedoras e o segurança que não estão em saldo, o resto, desde móveis à tapetes e cortinados, a açucareiros e jarras para leite em forma de vaquinha, está tudo pela metade. E eu, minhas caras leitoras, tenho ido lá todos os dias. E todos os dias sempre encontro algo para compras. Ou algos, na maior parte das vezes. Já se tornou um vício. Amanhã estarei lá novamente. E VIVA às coisinhas que já comprei!

A Thing Happened


"31 graus, mas gelados no silêncio, anónimos. “São pessoas. Homens e mulheres, meninos, bebés, meu Deus, quer estar ao lado deles”. É Guillermina Garcia, 68 anos, cozinheira jubilada. “Venho aqui porque me dói, porque não sei o que fazer senão unir-me a outros que se sentem como eu”. Guillermina tem uma filha a viver nas Canárias. “Não dormi, toda a noite sentada na minha escuridão”.
Davam as mãos, Manuel e Ursulla, 67 anos cada um, caras brancas, cabisbaixas. “Não, não tínhamos lá família, mas todos somos a Humanidade, não somos?”. Somos a pergunta sem resposta." -
Jornal de Notícias (http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Mundo/Interior.aspx?content_id=982624 )

Um avião despenhou-se no aeroporto Barajas, em Madrid. Quase uma centena e meia de mortes. Pessoas que estavam a ir ou retornar na sua inocente alegria de início ou fim de férias. Famílias inteiras. Um pai, uma mãe, um irmão, um amigo... Novamente um acidente que podia ter sido evitado, e escrevo isso com dúvida nenhuma. A aeronave apresentava problemas. Há uma grande diferença entre viajarmos e sabermos do risco a que estamos expostos, ou pensarmos que não é nada, que é só um susto. Isso chama-se brincar com a vida das pessoas. Outros chamariam de assassinato. Destino uma ova!

Por mais que se encontre os culpados, pois sempre se encontra os culpados neste tipo de acidente, ninguém trará de volta aquelas 153 vidas perdidas. Ninguém trará de volta as 201 vidas perdidas em São Paulo no ano passado. A única diferença entre um acidente e outro é que um foi na decolagem e outro na aterragem. Fora isso, todos os mesmos indícios de perigo estavam ali bem visíveis para que alguém dissesse "esse avião não voa". Ninguém disse isso, ou se disseram, foram ignorados. E tentamos empurrar a nossa vida de volta à normalidade.

É difícil não ver proximidade. É difícil não somar 2 e 2 e chegar a conclusão que poderia ter sido comigo, ou com alguém conhecido. E não falo só por mim.

E coisa que mais odeio quando noticiam um acidente destes é que uma das primeiras coisas que a mídia diz é "Não se sabe ainda se havia passageiros portugueses no avião". E digo portugueses a título de exemplo. É como se pelo fato de haver uma pessoa do país em que se vive a tragédia será maior. Nunca poderá ser maior. A tragédia em si já é incomensurável! Como dizia a Ursulla nos seus 67 anos, somos todos humanidade, não somos?

Sim, Ursulla, felizmente e pelo menos, ainda somos.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Água e Sal


Uma caminhada pelas salinas de Tavira, Algarve.

Nothing Important Happened Today I, II & III

O que posso dizer? Depois de 3 dias de praia parece que estou mais cansado que antes. E dizer "preciso de férias" é inútil, pois só as terei em Dezembro. Esperarei por um Sábado, de preferência nublado e com chuva, para poder ficar em casa descansando sem fazer nada. Mesmo Sábado está longe. Mas sejamos otimistas. Tanto Sábado, quanto Dezembro, já estiveram mais distantes!

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tanto Mar

Tenho vindo a pé para o trabalho todos os dias, desde segunda-feira. Não é promessa, é exercício mesmo. São 45 minutos caminhando, e bem agradáveis. Passo pelo parque Eduardo VII, pelo Jardim da Amália e pelos jardins da Gulbenkian, com direito a banho da rega das plantas. Também faço todo o percurso ouvindo música.


Sabe aquela música que a gente já ouviu algumas vezes, e até já prestou atenção, mas um dia a ouvimos e ela nos invade de uma maneira absurda? Pois, aconteceu com esta música do Chico Buarque. Ouvi. Voltei a ouvi-la. Emocionei-me de ficar com lágrimas nos olhos. Senti orgulho pelos meus amigos portugueses, por ter me tornado português, e por nós, brasileiros, termos esta ligação com Portugal. Afinal, Portugal é um país pequeno e muito corajoso.

A começar pelos descobrimentos. Foram, indubitavelmente, os maiores navegadores da sua época. Depois foram espertos o suficiente para enganar os espanhóis e desviarem um bom bocado a linha do tratado de Tordesilhas, fazendo do Brasil praticamente um continente. Tiveram um terremoto monstruoso e não se abalaram. Decidiram remodelar tudo e começar tudo do zero. Quando Napoleão estava a tornar todos os países da Europa o seu pátio para brincar, a corte portuguesa apanha o primeiro navio e vai tirar umas férias para o Brasil. Sem a corte para se render, e com os portugueses a se defenderem argilosamente, Napoleão não teve chance. Teve que dar meia volta com o rabinho entre as pernas, deixar de ser besta e depois se isolar numa ilha do Atlântico sul. Mais tarde, quando encheram o saco de terem um rei, não se fizeram de rogados. Já que o rei não queria sair, sairam com ele, e à tiros. Coitado, não sobreviveu. E depois quando um ditador começou a fazer das suas também, os portugueses se revoltaram e disseram que quem mandava no país eram eles. E viva a democracia!


E, mais importante, não esquecem de nada disso. E todo o dia 25 de Abril milhares de portugueses vão a rua para comemorar a liberdade que um dia reivindicaram e conseguiram. Foi por isso que me emocionei!

Tanto Mar

Composição: Chico Buarque

Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente nalgum canto de jardim
Sei que há léguas a nos separar
Tanto mar, tanto mar
Sei, também, quanto é preciso, pá
Navegar, navegar
Canta primavera, pá
Cá estou carente
Manda novamente algum cheirinho de alecrim

PS: Vou começar a chamar estes posts de "Momento Sabe"

Inspiração

"O mundo é bem grande lá fora, às vezes eu só queria saber viver."

Uma amiga minha me escreveu isso por causa do post anterior, HOPE. Achei tão suscinto e tão perfeito que não pude deixar de reproduzir aqui. (foi sem a autorização dela, assim espero que eu não seja processado...)

Para ela eu deixo outra citação, de um episódio da série "Anatomia de Grey" (Grey's Anatomy). O episódio é da segunda temporada, e chama-se LET IT BE.

Meredith (voiceover): Gratitude, appreciation, giving thanks. No matter what words you use, they all mean the same thing. Happy. We're supposed to be happy. Grateful for friends, family. Happy just to be alive. Whether we like it or not.

Meredith (voiceover): Maybe we're not supposed to be happy. Maybe gratitude has nothing to do with joy. Maybe being grateful means recognizing what you have for what it is. Appreciating small victories. Admiring the struggle it takes simply to be human. Maybe we're thankful for the familiar things we know. And maybe we're thankful for the things we'll never know. At the end of the day, the fact that we have the courage to still be standing is reason enough to celebrate.

De resto, todos nos sentimos assim a maior parte do tempo. E ,na maior parte das vezes, é porque temos memória curta para quanto de mundo nós já vivemos sem sequer saber viver. A vida é um constante ensaio. E quando decoramos as falas, a peça já é outra. Então, improvisamos. As vezes nos damos bem, outras não. É inevitável, o show tem que continuar.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

HOPE


“AND HER HEART MAY BE BROKEN
A HUNDRED TIMES
BUT THE HURT WILL NEVER DESTROY
HER HOPE…”

Este verso é da nova música do The cure “The Perfect Boy”

É tão bonito e tão singelo. “E seu coração pode ser ferido centenas de vezes, mas a ferida nunca irá destruir sua esperança…”.

Assim que as coisas deviam ser, sempre. É natural nos magoarmos. É inevitável nos decepcionarmos. Mas só mantendo a esperança e dando a nós mesmos novas oportunidades é que poderemos sarar qualquer ferida. A esperança deve se manter intacta, apesar das decepções ou mágoas. Com ela, há superação.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

I Want to Believe

Ontem fui ver o filme X-files, I want to believe.

 

Ok, não se assustem. Não irei fazer crítica ao filme e nem estragar as surpresas dele (Mas posso dizer que o filme é bom e não há muitas surpresas). Vou falar sobre a personagem da Gillian Anderson, a Scully. Durante as 9 temporadas que X-files (“Arquivo X” para uns,”Ficheiros Secretos” para outros), Scully foi uma mulher extremamente religiosa. A igreja católica e a religião eram o fundamento das suas crenças, e constantemente embatiam de frente com as crenças sobrenaturais de Mulder. Ela acreditava na igreja, nos seus santos e nas suas leis. E sempre teve um padre ou outro como guia espiritual.

 

Neste filme encontramos uma Scully totalmente dedicada à medicina, num hospital católico. Só que as coisas não correm bem, pois desta vez o embate é entre a medicina e a religião. Scully acredita que pode curar um rapaz de 10 anos que sofre de uma doença grave, enquanto os padres e freiras que dirigem o hospital acreditam que é a vontade de Deus que o rapaz morra e que não há nada que se possa fazer. A situação piora quando Scully conhece um padre vidente, acusado por pedofilia e que está a ajudar o FBI. De uma hora para outra a sua religião é tomada por uma humanidade suja e pecadora, e ela não consegue aceitar este cruzamento. O padre pedófilo crê em Deus e tem fé de ser perdoado por este mesmo Deus. Scully não consegue aceitar que o crime que ele cometeu possa ser perdoado aos olhos de Deus. Scully vê que os representantes da igreja em que ela acredita não estão imunes às tentações, e que utilizam a lei divina como bem lhes convém.

 

Não é fácil para ela enfrentar isso. Aliás, o conflito pelo qual ela passa torna-se, para ela, mais intenso e importante que o crime que o FBI tem de desvendar. Ela quer acreditar em Deus e na igreja católica, tarefa cada vez mais difícil para ela. E  entre lidar com um padre fatalista e cheio de regras, ou em um padre pecador, que deseja ser perdoado e infinitamente mais humano, é a este último que Scully pede ajuda e abrigo. E é este que vai ajudá-la a manter a fé em si mesma para que ela possa curar o rapaz através da medicina.

 

Não gostei do filme em vários pontos, mas goste, e muito, de terem dado esta história ao personagem da Scully.

 

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Rita RedShoes - Mais Português em Inglês

Outra cantora portuguesa que é muito boa, Rita Redshoes. Gosto do nome artístico, e de todo o primeiro disco dela, Golden Era. Também a assisti no Festival Delta Tejo, em Lisboa, e a menina deu um show! Este vídeo é da música "The Beginning Song". Não é a minha música favorita do disco, mas o vídeo é.




E aqui está o vídeo que eu filmei, "Hey Tom ".


Carne e Osso

Daquelas músicas que ouvimos várias vezes e nem gostamos, até que um dia prestamos atenção na letra e tudo muda. Não a nossa vida, mas a música. Essa letra é boa em tantos níveis, principalmente no empírico e religioso. Viva ao pecado e ao direito de sermos humanos!

 

Carne e Osso

Zélia Duncan

Disco: Pré-Pós-Tudo-Bossa-Band

 

A alegria do pecado
Às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu

E eu gosto
De estar na terra
Cada vez mais
Minha boca se abre e espera
O direito ainda que profano
Do mundo ser sempre mais humano

Perfeição demais
Me agita os instintos
Quem se diz muito perfeito
Na certa encontrou um jeito insosso
Pra não ser de carne e osso
Pra não ser carne e osso.

 

Uma verdade Inconveniente

Algumas verdades, por mais tempo que já tenham sido aceitas por nós, ainda doem quando repetidas em voz alta.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Lisboa - Base Espacial


Na sequência do Rocket Man, coincidentemente, descobri um lugar ótimo para vocês estacionarem suas naves espaciais aqui mesmo, em Lisboa. E é bem central!


Jerónimos

Mosteiro dos Jerónimos, hoje!

Com ou Sem Música - Rocket Man

David Fonseca, com Rocket Man. Um vídeo muito intrigante. Não sei qual é a idéia do vídeo, ou a relação do vídeo com a música, ou mesmo com Elton John. Talvez o significado da letra da música esteja neste vídeo. A verdade é que o vídeo ficou fantástico, a música nem tanto. Mas o David tem muitas outros vídeos e músicas, basta olharem aqui. http://www.youtube.com/user/davidfonsecamusic

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Bom Fim de Semana!


Foto Tirada ontem, no Kubo, ao fim da tarde, em Lisboa.

Obscura ABBA

Em homenagem a uma querida amiga, deixo aqui o vídeo de Super Trouper, o grande sucesso do Abba, num lindo cover da banda escocesa Camera Obscura. (http://www.camera-obscura.net/)

Ódio às Formigas



Ando às voltas, nos últimos dias, com uma invasão de formigas no meu banheiro (casa de banho). A solução deveria ser simples. Encontrar o buraquinho por onde elas entram, porque elas aproveitam qualquer buraquinho para invadir o meu santuário privado, e após descoberto o túnel de entrada, pulverizar com inseticida, pó mata formiga e, por fim, tapar o ínfimo túnel.
Mas não é que as formigas "voyeurs" sempre encontram um túnel alternativo para voltarem a atacar? Agora estão a vir por uma fresta da torneira geral da água. E depois que entram, ficam zanzando pelo chão, pelas paredes, pelo teto, pela banheira, por tudo, como baratas tontas ( No caso, formigas tontas). Odeio-as! Além de elas não respeitarem a minha privacidade, quando eu estou sentadinho, "lendo um livro", ainda inventam de subir no meu pé e picarem-me. Desaforo total!
Com os insetos costumo ser como os budistas, não matá-los porque são seres vivos que irão reencarnar num ser mais evoluído da próxima vez. Mas no caso destas formigas, não tenho piedade. Quando as vejo passeando pelo meu chão, sinto o maior prazer em mandarem-nas para a evolução cármica o mais rápido possível. Normalmente vão pisoteadas, ou afogadas. Na maioria das vezes, envenenadas. Mas as "formi-voyeur-gas" não aprendem. De tempos em tempos, elas retornam. Malditas! Vou comprar um Tamanduá!