Ser o dono da história há muito que se lhe diga. Podemos mudar de direcção sem um prévio aviso, desistir do que programamos e decidir dizer sim à tudo, ou não, ou a palavra chave que faça com que as coisas aconteçam. Tornamo-nos guias, seguidores, colectores. Observamos como funcionamos em ambientes gasosos e líquidos, e nos mais ou menos densos. Experimentamos várias maneiras de funcionar, pois com jeitinho podemos repetir a experiência. Rimos alto e largo. Sonhamos com o horizonte, acordamos sem medo do dia vindouro. Choramos uma vez por dia porque é sadio. Olhamos para o céu com contentamento. Sofremos por quem conhecemos. Sofremos por alguém que nem conhecemos, pois a imaginação tem asas e temos muito no que nos espelhar. Sofremos por achar que sofrimento dividido sofre menos. Passamos para outra. O dia nem chegou na metade e há decisões para tomar, nenhuma tão importante assim. E além disso o mundo não deixa de girar por uma omissão nossa, apesar de acharmos que sim. Tomamos decisões em situações imprevistas e mudamos o rumo do dia, da história, da nossa história. O gostinho do poder de varinha mágica sabe bem quando a abóbora se transforma em carruagem. Ou vice-versa, e fazemos um bom ensopado de abóbora, bastando para isso uma colher.
Somos o dono da história, mas é claro que a lei da inércia ajuda a preencher as páginas, ou não.
Somos o dono da história, mas é claro que a lei da inércia ajuda a preencher as páginas, ou não.